Tania Monica Barbosa tem 62 anos
(30/01/1961), é Microempreendedora Individual (MEI), é dona de casa,
brasileira, natural de São Paulo – capital e moradora do bairro de Bom
Retiro – SP.
Para fazer uma denúncia e um apelo, a dona de casa, Tania Monica Barbosa, me procurou e resolveu denunciar o dilema que enfrentou e enfrenta até hoje, com o seu ex-marido.
Tania, você foi
vítima de uma relação abusiva com o seu ex-marido com quem conviveu até 2018?
Como isso ocorria?
R: Quando nos conhecemos ele era 18
anos mais jovem que eu. Morávamos juntos, porém ele insistia em casar no papel
comigo. Nesse sentido, em 2011, casamos e minha vida se transformou. Aos poucos,
ele começou a se revelar, mostrando para as pessoas que era um homem gentil,
submisso, um lorde. No entanto, entre quatro paredes, não era assim. Nunca foi.
Na minha concepção, sofri a pior das
violências que uma mulher pode sofrer, a violência psicológica. Ele foi me
dominando e depois me chantageando. Dizia
que se não fosse do jeito dele, iria embora. Ao mesmo tempo, dizia que eu
ficaria sozinha, porque minha família, meus filhos não gostavam de mim, e, que
minha mãe me odiava. Com isso eu fui ficando dependente dele, e com o tempo,
não sabia fazer mais nada. Até no cabeleireiro ele ia comigo, escolhia a cor do
esmalte que eu usava. Para ter ideia, inclusive, a comida tinha que ser só o
que ele queria. Eu não podia sequer, pedir uma pizza de muçarela. Ele não permitia.
Eu era totalmente dominada por ele e
ameaçada. Ele dizia que me deixaria e eu
por ser loucamente apaixonada e totalmente dependente fazia tudo, absolutamente
tudo, que ele mandava. Eu me anulei como pessoa, e passei a ser a sombra dele.
Ele brigava comigo, me deixando em um estado de ansiedade absurda. Por vezes,
eu achava, que não ia segurar a onda. Aí ele me filmava, e sempre, sugeria que
eu me matasse. Várias vezes minha mãe pedia pelo amor de Deus para ele parar de
me maltratar e ele me chamava de louca, que ele ia mostrar os vídeos para os
amigos, para os meus filhos e que eu acabaria em um sanatório para pessoas com
problemas psiquiátricos. Enfim, ele dizia o tempo todo, que eu era louca. Tanto
que no celular dele não tinha o meu nome, mas sim, o de Louca.
Houve agressão
física? Como foi? Cite alguns episódios...
R: Ele, nunca, me agrediu
fisicamente. Era um empurrão quando
contrariado, uma pegada mais forte no braço. Uma ou outra vez, quando eu
gritava, ele me empurrava para cima da cama e dizia que eu estava louca e que
precisava ser internada.
Isto posto, em dezembro de 2018, ele
colocou um plano dele em ação, tudo estava bem calculado. Ardiloso e ruim, usou
dos meus sentimentos, e, me levou ao banco, mandando que eu assinasse uns
documentos. No momento eu não li, porque estava apavorada, com medo de que ele me
largasse se eu não assinasse, e cometi o maior erro da minha vida,” confiei “e
assinei como fiadora um empréstimo para ele, porém o que eu não sabia, é que os
papéis que assinei se tratavam da hipoteca da minha casa. Claro que quando o
dinheiro caiu na conta dele e até hoje eu não sei o valor, ele pegou as coisas
dele e sumiu. Tudo, estava traçado milimetricamente, por ele. Isso se deu em
05/02/2019. Depois de tudo, não atendia o celular e quando atendia era aos
berros, me xingando e dando gargalhadas da minha cara.
Passado esse período, em fevereiro de 2022,
no dia do enterro da minha mãe, tinha uma pessoa na porta da minha casa,
dizendo que o meu imóvel tinha sido leiloado e arrematado por um comprador.
Conclusão, perdi tudo o que tinha para ele. Liguei desesperada e aí ele nunca
mais me atendeu. Mas fazendo um parêntese, mesmo com outra pessoa ele nunca
deixou de dizer que me amava e que iria voltar para mim, porque aqui era o
lugar dele que estava esfriando a cabeça para retornar bem como eu merecia. Em uma manhã de agosto de 2022 meu celular
tocou, eram sete da manhã da manhã, e ele apareceu fazendo juras de amor,
dizendo que tinha perdido tudo e que a pessoa que estava com ele não prestava,
que queria só o dinheiro dele. E que queria me ver. Mas na verdade, o que ele
queria era roubar o meu carro da marca: “Civic Turbo 2018, que estava quitado”.
Quando ele percebeu que eu não estava
caindo na conversa dele, ele veio tocar a minha campainha a noite, querendo
entrar em minha casa, claro que não deixei e de novo ele veio me falar e me
mandar mensagem, que a mãe dele, havia dado o dinheiro para ele recomprar minha
casa. Não o deixei entrar, pedi para que viesse outro dia. Ele estava
visivelmente, perturbado, por ter sido contrariado e eu me apavorei, achei que
se ele entrasse na minha casa me mataria. Sendo assim, ele voltou na minha casa
com a amante, em um momento que eu não estava, e levou todos os pertences que
conseguiu como: micro-ondas, televisão, forno elétrico, adega e outros. Segue o
link da reportagem que foi ao ar no programa, “Balanço Geral”: https://recordtv.r7.com/balanco-geral-manha/videos/homem-e-atual-companheira-roubam-casa-de-ex-em-sao-paulo-15092022,
no qual o vídeo mostra a ação deles.
Chegou a registrar
ocorrência sobre este ou estes fatos? Foi solicitada a medida protetiva? Seu
ex-marido tem se posicionado?
R: Depois do roubo em minha casa, tive que pedir uma medida protetiva, e cinco dias depois, o casal voltou para levar meu carro e me ameaçar por eu ter exposto os dois na TV. Segue o link da reportagem: https://recordtv.r7.com/balanco-geral-manha/videos/homem-e-atual-companheira-roubam-casa-de-ex-em-sao-paulo-15092022
Em um outro momento,
você relata que seu ex-marido entrou na sua casa e roubou bens materiais, na companhia
da atual companheira dele. Como isso se deu? Houve registro?
R: Ele passou a telefonar para mim, todos os
dias, e a mandar mensagens. Até que na noite de 09/09/22 ele me telefonou
perguntando onde que eu estava, eu disse que estava voltando para casa. Foi
quando ele arrombou minha casa e levou tudo, absolutamente tudo, o que eu
tinha. Esse roubo foi parar no programa, na Rede Record de Televisão, e aí eu
posso dizer que não me sobrou mais nada. Tudo isso foi registrado na 12a
Delegacia.
Hoje, eu me pergunto, como pude me deixar
levar dessa maneira e como vou fazer para recuperar minha casa! Lembra que eu
disse que minha casa havia sido arrematada por um comprador, já que meu
ex-marido não pagou uma parcela sequer do empréstimo que fez em que fui
avalista? Pois bem, recorri na justiça, mas perdi na 1ª e na 2ª instância, e
devido a inúmeros erros processuais envolvendo o leilão, como por exemplo,
falta de citação, recorri na 3ª instância para tentar reverter a decisão do
processo, mas já fui orientada a buscar outro local para ficar. No entanto, não
tenho nenhum. Caso eu tenha que sair da minha casa, terei que morar na rua!
Enquanto isso, meu ex-marido, está morando em um lindo apartamento. A atual mulher dele, sempre posta fotos nas redes sociais, meus amigos veem e me enviam. Aí pergunto, você não assinaria um documento para seu marido, a quem amava e confiava a vida, e com quem viveu por dezenove anos e meio? Hoje sei que fui vítima de um estelionato emocional. Amei demais meu maior inimigo, o meu ex-marido.
O processo corre em
segredo de justiça? O que você pode falar a esse respeito no momento?
R: Sim. O processo está tramitando em segredo de justiça, por uma questão de regra processual. Todos os processos que tratam de Direito de Família, obrigatoriamente, tramitam nesse rito de privacidade do público. Mas todo o assunto contido nele, é de conhecimento do público. Inclusive, meus amigos e alguns conhecidos, participaram de todos os acontecimentos.
Quais os seus principais
apelos?
R: Hoje faço um apelo desesperado, q minha casa
seja devolvida para mim e que a dívida seja cobrada daquele q ficou com o
dinheiro. Ele e sua companheira.
Enquanto meu ex-marido e sua atual
companheira ostentam uma vida de luxo, nas redes sociais, eu tive a energia da
minha casa cortada, em maio deste ano, por falta de pagamento, pois meus
recursos esgotaram e foi com a ajuda de amigos que paguei minhas contas
atrasadas. Esse homem arruinou a minha vida.
Quais as suas considerações
finais?
R: Temos que pensar, em criar uma lei que
proteja mais as mulheres, inclusive em situação como a minha. Fui vítima de um homem inescrupuloso, frio e
calculista que só quis se aproveitar de mim, do amor que sentia por ele. Se eu
não conseguir fazer o juiz acreditar em mim, vou ser mais uma moradora de rua,
aos 62 anos de idade.
Foto:
cedida e autorizada por Tania Monica Barbosa
Postar um comentário