Políticas de saúde mental nas empresas

Janaína Fidelis, psicóloga e especialista em saúde mental no trabalho. Crédito: Carolina Mansur


Por Janaina Fidelis, psicóloga e especialista em saúde mental no trabalho


Um levantamento da companhia de soluções de RH, a Infojobs, apontou que, embora 99% das empresas entendam a importância de desenvolver estratégias de saúde mental, apenas 34% delas desenvolvem ações com esta finalidade. Este é um dado muito preocupante, pois, ao olharmos para essa realidade, entendemos os altos números de insatisfação, depressão e burnout no mercado trabalhista. Esse estudo reforça a informação ao abordar que 61% dos funcionários não se sentem felizes ou satisfeitos com o seu trabalho.

Os dados da Infojobs vão além ao mostrar que, devido à falta ou ineficiência dessas políticas de saúde mental, quase 90% dos trabalhadores mudariam de emprego. É um sinal de alerta para as corporações, funcionários e a sociedade em geral, pois o impacto desse problema gera pessoas doentes. Isso é uma questão muito séria.

A falta de implementação dessas ações também pode causar a opressão de grandes talentos, fazendo com que muitos bons profissionais acabem deixando suas funções, o que impacta diretamente nos resultados da corporação. Como profissional da saúde mental no trabalho, sei que esse fato é de conhecimento de vários profissionais de RH e gestores de empresas. Mas, infelizmente, algumas instituições negligenciam a opção de adotar as medidas que visam à saúde mental dos trabalhadores.

Outro apontamento da Infojobs revelou que 75% dos participantes do estudo afirmam que onde eles trabalham não há atividades que promovam a saúde mental. Mas eu destaco aqui: não tem como uma empresa ser considerada de sucesso se ela não aplica políticas de escuta ativa, suporte com psicólogos e treinamento de pessoas em cargos de liderança. Em algum momento, o bom profissional vai sair da empresa, uma funcionária vai sofrer uma crise de burnout ou o coordenador de um setor determinado vai receber um convite para ir para a concorrência e deixar a função. Cito aqui alguns exemplos que podem impactar o sucesso de uma corporação, por isso reitero que as empresas e funcionários devem encarar o cuidado com o bem-estar da mente e do corpo como prioridade.


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