Com
o aumento de procedimentos estéticos e a atuação de profissionais sem preparo,
cresce também o número de complicações. A especialista alerta para a urgência
de mais capacitação, ética e regulamentação no setor.
O
mercado da estética vive uma expansão acelerada no Brasil. No entanto, junto
com esse crescimento, aumentam também os alertas sobre os riscos trazidos pela
atuação de profissionais despreparados. A Dra. Mary Rocha, perita judicial e
conselheira do Conselho Nacional dos Profissionais da Beleza (CNPB), é uma das
principais vozes nessa discussão e compartilha um retrato preocupante da
realidade nos bastidores da estética clínica.
“Infelizmente,
o número de intercorrências aumentou muito, principalmente pela quantidade de
profissionais que realizam procedimentos — invasivos e não invasivos — sem o
preparo necessário. As complicações se tornaram mais frequentes, graves e com
consequências mais sérias”, afirma. Atualmente, ela atende mais de cinco casos
de intercorrências estéticas por dia.
Segundo
a especialista, é difícil apontar qual procedimento lidera em número de
complicações, já que o principal fator é o despreparo técnico e a falta de
conduta adequada no pós-procedimento. “Muitos não sabem como agir quando algo
dá errado. Isso é o mais preocupante”, destaca.
Cada
caso exige um protocolo específico
Dra.
Mary reforça que não existe um protocolo padrão para todas as intercorrências.
“Cada situação demanda uma análise detalhada. O sucesso do tratamento depende
do preparo do profissional e da sua capacidade de aplicar o cuidado certo, no
momento certo”, explica. Para ela, a formação continuada e o compromisso com a
segurança do paciente são elementos indispensáveis.
A
ausência de prontuários e o risco jurídico
Na
atuação como perita judicial, a Dra. Mary observa outro problema grave:
prontuários incompletos ou inexistentes. “É comum encontrar casos em que não há
registro do produto utilizado, da quantidade aplicada, da potência do
equipamento… Informações fundamentais para o tratamento e para a defesa legal
do profissional”, relata.
A
especialista também aponta que a fiscalização ainda é falha em diversas
regiões, contribuindo para um cenário de insegurança jurídica e de riscos para
os pacientes.
No
CNPB, a missão de representar e orientar a categoria
Como
conselheira do CNPB, Dra. Mary Rocha tem como missão apoiar, orientar e
fortalecer os profissionais da estética, beleza e saúde. “Nosso foco é garantir
que a categoria atue com responsabilidade, dentro dos padrões exigidos. Ainda
temos muito a avançar nesse sentido, mas o caminho começa pela conscientização
e pela capacitação”, pontua.
Reconhecimento
internacional e novas possibilidades na perícia estética
A
atuação de Dra. Mary como perita judicial também tem ganhado visibilidade fora
do Brasil. O tema das intercorrências estéticas é pauta constante em suas
palestras no exterior. “A perícia estética ainda é uma área nova para muitos
profissionais, mas extremamente promissora. Ela agrega autoridade, abre portas
e pode ser uma nova fonte de atuação e renda para quem busca crescer com
responsabilidade”, afirma.
Capacitação
e ética: caminhos para mudar o cenário
Encerrando, a especialista faz um apelo por um movimento coletivo que valorize os profissionais comprometidos com a excelência. “Com o número crescente de procedimentos, as intercorrências estão se tornando cada vez mais graves. Só a capacitação constante, a ética profissional e a regularização dos espaços de atendimento poderão mudar esse cenário e garantir mais segurança para todos”, conclui.
Sobre
Dra.
Mary Rocha é Enfermeira Esteta, é Biomédica,
pós-graduada em estética de alta performance, Perita Judicial na área de
Estética e Saúde, Especialista em intercorrências de Procedimentos Estéticos, Instrutora
Master Internacional, Conselheira CNPB (Conselho Nacional dos Profissionais de Beleza), atua
na área de saúde e estética Saúde há mais de 20 anos, atualmente oferece
atendimentos em duas clínicas próprias
nas cidades de Praia Grande e São Vicente em São Paulo, e presta serviços em
todo Brasil, é criadora do método “LIPEDEMA”: A Dor que Muitos Sentem e Poucos Entendem,
é palestrante, mentora, presidente da ONG RECOMEÇAR, onde cuida de mulheres que
estão em situações de vulnerabilidades físicas, emocionais e sociais e que
precisam de suporte para RECOMEÇAR.
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