O homem que ajudou a criar o Pix — uma das maiores revoluções tecnológicas do Brasil agora tem um novo desafio: criar um sistema global de pagamentos.
Depois de mais de duas décadas no Banco Central, Carlos Eduardo Brandt, nome por trás da estrutura que tornou o Pix um fenômeno mundial, deixou o cargo e o país. O destino? Washington, nos Estados Unidos, onde ele agora integra o Fundo Monetário Internacional (FMI), na área de pagamentos e infraestrutura de mercados.
O movimento é simbólico. Brandt, que ajudou o Brasil a criar um dos sistemas de pagamento mais modernos e inclusivos do planeta, agora busca levar essa experiência ao cenário internacional. Sua nova missão é contribuir para o desenvolvimento de tecnologias que permitam transações instantâneas entre países, conectando economias e derrubando barreiras que ainda tornam as remessas internacionais lentas e caras.
Desde que foi lançado, em 2020, o Pix se tornou parte da rotina de milhões de brasileiros. Em apenas um ano, o número de usuários ultrapassou o dobro das expectativas iniciais. O sistema transformou completamente a relação das pessoas com o dinheiro, eliminando intermediários e facilitando o acesso financeiro — um feito que colocou o Brasil entre as nações mais inovadoras em pagamentos digitais.
O sucesso foi tão grande que, em 2021, Brandt entrou na lista da Bloomberg como uma das 50 personalidades mais influentes do mundo dos negócios. A conquista não foi apenas individual — foi o reconhecimento do potencial tecnológico brasileiro, muitas vezes subestimado fora do país.
Mas a decisão de deixar o Brasil para trabalhar no exterior também levanta reflexões importantes. Por que tantas mentes brilhantes precisam sair do país para continuar crescendo? Quantos talentos o Brasil perde todos os anos por falta de estrutura, incentivo ou reconhecimento?
No FMI, Brandt terá acesso a um ambiente onde inovação e cooperação internacional caminham juntas. Seu trabalho agora mira no futuro dos pagamentos globais: criar um modelo que permita transferências instantâneas entre moedas e países, da mesma forma que o Pix fez dentro do Brasil. É um passo histórico, e novamente, com um brasileiro à frente.
O Pix nasceu como uma ferramenta de inclusão. Agora, seu criador quer que ela se torne uma ponte entre nações. E isso mostra algo que vai muito além da economia — mostra o impacto que uma boa ideia pode ter quando nasce com propósito.
Você imaginava que o “Pix brasileiro” pudesse inspirar o mundo?
Fonte: G1, Exame, Valor Econômico, Bloomberg.



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