Dentro do
contexto da minha atuação dentro do Tribunal de Justiça como mediadora
judicial, verifico que existe uma grande correlação entre o aumento da
violência intrafamiliar, que tanto pode ser uma violência num grau mais
ostensivo, com agressões físicas, como pode também ser uma violência mais sutil
no âmbito do psicológico, mas que da mesma forma causa danos aos que ali
habitam.
Levando em
consideração esse aumento, podemos constatar que essa violência acaba
repercutindo também onde esses menores também estão inseridos, ou seja, no
ambiente escolar.
Vejo ainda que
existe uma dificuldade de delimitar o que é papel da escola e o que é da
família, no quesito educação, porém penso que responsabilizar um ou outro pelo
problema não resolve o cerne, acaba contribuindo sim para que isso continue se
perpetuando e de forma cada vez mais frequente.
Já se foi o
tempo que a escola deveria se entender como um lugar destinado apenas à
transmitir conteúdo teórico, pedagógico.
Penso que hoje
as escolas que não se atentarem para o fator humano, com projetos e ações que
possam contribuir para um melhor entrosamento entre os alunos, e até entre eles
e o corpo docente, não tem como prosperar.
Assuntos como
violência, bullying, estão estritamente ligados à algumas questões de
violências intrafamiliares.
A difícil
percepção desse contexto é que muitas vezes essa violência não acontece de
forma ostensiva, mas de forma velada, num âmbito muito subjetivo.
Assim
trabalhar com as crianças temas como gestão das emoções, autoconhecimento, CNV,
seja de forma regular ou mesmo em ações pontuais, se fazem de fundamental
importância para que se tenha um ambiente escolar mais sadio também.
Podemos dizer
que quase todo ato violento, surge a princípio de uma necessidade não atendida
e isso vale para todos indistintamente adultos, jovens e crianças também.
Temos visto
que muitos pais estão sobrecarregados com a rotina corrida de hoje, e já temos
até um termo deveras interessante, chama-se: “burnout parental” e esse é um
fator também que em algum aspecto tem contribuído para que algumas crianças e
jovens apresentem algum tipo de comportamento diferente no ambiente escolar.
Por isso que
essa parceria entre em escola e família é tão importante para que juntos
mapeiem e possam agir no cerne da questão, não buscando soluções simplistas,
mas tentando alcançar a causa e acionar as redes competentes, se se tratarmos
de uma instituição publica ou fazer os encaminhamentos e sugestões para as
famílias da rede privada.
O que importa é que não se pode fechar os olhos para o que anda acontecendo e que juntos escola e família tem maiores chances de colaborando um com o outro chegar a uma boa resolução, atuar de forma mais precisa para resolver as questões que se fizerem necessárias.
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